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31
Maio
11

Fotografia de Palco

A fotografia de palco apresenta alguns desafios próprios: Existe pouca luz e ela costuma mudar rapidamente. Grande parte dos equipamentos de iluminação utilizada em palco produz uma luz dura que resulta em alto contraste e grande saturação de cores.

Bonito para os olhos, mas complicado para a câmera. Além disso, normalmente há uma distância razoável entre o que está acontecendo no palco e o fotógrafo e a mobilidade é limitada.

O equipamento “ideal” para essa situação seria uma tele zoom como a 70-200mm clara (f2.8) e uma câmera full frame com baixa densidade de pixels para diminuir a presença de ruído digital que fatalmente ocorrerá ao utilizarmos ISOs mais elevados para compensar a baixa luminosidade do ambiente.

Mas o “ideal” nem sempre é o que os fotógrafos iniciantes têm a mão no momento de se posicionarem frente a um palco para trabalhar. Normalmente o equipamento disponível é uma câmera de sensor pequeno e uma tele escura de f3.5 ou mais. Contudo é possível conseguir resultados satisfatórios com esse tipo de equipamento, embora o processo seja um pouco mais trabalhoso, especialmente durante a etapa de tratamento das imagens.

 Balé Folclorico de La Paz em apresentação no Teatro Municipal de Sucre na Bolívia

Algumas dicas:

Na hora de fotografar:

  • Escolha um ISO que fique um pouco abaixo do máximo disponível na câmera. Por exemplo: Se a câmera atinge um valor máximo de ISO de 3200 utilizar um valor ente 800 e 1000, se possível , para minimizar a ocorrência de ruído.
  • Uma lente zoom muitas vezes apresenta uma claridade variável. Por exemplo: Uma 70-200mm que seja f3,5-5,6. Isso significa na prática que quanto mais utilizarmos o zoom, mais escura estará a objetiva. A claridade da lente será de 3,5 na posição de 70mm, mas apenas de 5,6 quando em 200mm. Portanto tente se posicionar o mais próximo possível do palco para não ter que solicitar muito do zoom da lente.
  • Sempre que possível utilize um tripé ou monopé para dar estabilidade à câmera. Na falta de um apoio próprio improvise algum, como, por exemplo, o encosto de uma cadeira ou poltrona da platéia.
  • Escolha os momentos em que as pessoas no palco estejam se movendo pouco para prevenir borrões causados pelo movimento (a não ser é claro que você esteja buscando exatamente isso). Lembre-s e de que movimentos amplos do corpo (como um braço descrevendo um círculo no ar) produzem velocidades relativas diferentes. Assim as pontas dos dedos estarão se movendo muito mais rapidamente do que a articulação do ombro. Portanto é bem possível que as mãos apresentem um borrão enquanto o resto do braço apresenta uma definição melhor. Escolha o momento menos crítico para clicar.
  • Se a luz muda rapidamente escolha o modo automático para poder se concentrar melhor na cena e deixar o ajuste de exposição por conta da câmera.
  • A fotometria matricial é feita através da leitura média da luz de todo o quadro da cena. Na maioria das vezes esse modo resolve bem a questão, mas em casos de contraste intenso (como um único spot de luz clara sobre um personagem com o resto do palco escuro) uma leitura de luz pontual será mais precisa.
  • Se a sua câmera apresenta a opção de gerar arquivos em RAW aproveite! Dá um pouquinho mais de trabalho do que o bom e velho JPEG, mas permite um controle bem melhor no tratamento das imagens.

Na hora de tratar as imagens:

  • É comum que a iluminação de palco resulte em imagens com uma saturação exagerada. Ajuste a saturação e também o contraste.
  • Pequenos recortes de enquadramento podem valorizar muito as fotos.
  • Existem diversos plugins voltados para a redução de ruído, além da ferramenta própria do Photoshop para isso. De todos que experimentei achei que o Noiseware Professional da Imagenomic foi a opção mais completa e simples de usar, com um bom resultado final.



Sobre o Autor:

Fotojornalista com trabalhos publicados em alguns dos principais jornais e revistas nacionais, tais como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Globo, Istoé, entre outros.

Atualmente dirige a Agência Fotográfica Lunapress e também é docente do SENAC lecionando fotografia na unidade Jundiaí.

Colabora com diversos bancos de imagens internacionais com destaque para a iStockphotos e a Getty Image para os quais fornece principalmente imagens sobre a América Latina.

Fotografou para diversos veículos institucionais e é responsável pelo desenvolvimento da tecnologia de fotografia em “hight-speed” adotada pela Faculdade de Engenharia de Minas da USP para registrar o comportamento de partículas em reatores de flotação.

Imagens da América do Sul

Imagens do Brasil